domingo, 3 de março de 2019

Cascais

Viemos de Sintra pra Cascais no nosso trigésimo dia em Portugal! Pode parecer muito tempo aqui, mas vale cada minuto!
Viemos pela A1, são 16.7km, tudo pertinho!



Como vamos ficar vários dias aqui resolvemos ficar em dois hoteis diferentes, no primeiro FAROL HOTEL, escolhemos por causa da vista, e também pelo restaurante japonês dele. O segundo será o Grande Real Villa Itália onde nos encontraremos com o Raphael que estará voltando de um curso em Israel, se encontrará com a Ju e os filhos em Lisboa e virão pra cá.

Costa do Estoril

A Costa do Estoril ou Costa do Sol ou ainda Reviera Portuguesa é o nome desta região costeira que compreende Sintra, Cascais e Oeiras. Cascais e Sintra estão entre os municípios mais ricos de Portugal e Oeiras é hoje considerado o Vale do Silício da Europa.
Nesta foto acima podemos ver o farol na ponta lá em cima que é do lado do meu hotel, o centrinho fica na pequena baia acima e pra cá já é Estoril. Tudo pertinho, praticamente grudado!

Hotel Farol

Nosso hotel é simpático, fica quase em frente ao Villa Itália, mas com uma diferença importante, fica entre a costeira e o mar. Nossa suite com essas duas paredes de vidro tem uma vista maravilhosa!
O maior problema dos hoteis aqui em Portugal é que fazer day use, para os hospedes isso sempre é muito ruim porque enche de pessoas com poder aquisitivo mais baixo e acaba não sobrando lugar na piscina, restaurantes, etc. Pelo menos neste é com gente jovem! Almoçamos no hotel e fomos andando até o centrinho, passamos pra conhecer a Torre de Cascais e a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz no caminho.

A Torre mandada construir por D. João II é do mesmo tipo da de Belém e Caparica mas apresentando um novo género de arquitetura que marcará a transição do castelo medieval para a fortaleza abaluartada.

 O incrível é que fora estão as casas antigas em estilo e dentro da cidadela ficam as construções morenas, com cafés, livraria, lojinhas. Interessante!
Cascais é uma cidade litorânea calma e simpática, muitos brasileiros resolveram morar aqui nos condomínios de casas, imagino que devam ir sempre pra Lisboa porque o centrinho é bem pequeno.



Fizemos tudo a pé pelo centro histórico, passamos pela praça 5 de Outubro abaixo, parando na farmácia que aliás é ótima, e seguimos pelas ruazinhas com lojinhas e restaurantes.


Obvio que paramos para um doce de ovos divino! ninguém resiste!


O que mais chamou minha atenção, além das construções antigas, foram os estilos das casa de frente pro mar, muito fofas! 


Voltamos e jantamos no restaurante The Mix do nosso hotel, estava lotado! Foi muito bom!
No dia seguinte dormimos até mais tarde e tiramos o dia pra descansar! Turista também cansa! kkkkk
Aproveitamos a tarde pra ir ao shopping do centrinho que é minúsculo, é um corredor com algumas lojinhas, me lembrou a galeria ouro fino! KKK E tb pra conhecer os tão famosos condomínios de casas, são bonitos com casas muito boas, mas todos do outro lado da costeira e sem praia na frente. Enfim não fiquei apaixonada por nenhum, fiquei imaginando a cidade no inverno, enfim, acho que se fosse pra morar em Portugal talvez eu escolheria Lisboa. A noite vimos a lua cheia se pondo no mar bem na janela da nossa suite! Um presente! 
No outro dia deixamos o hotel e fomos para o Villa Itália praticamente atrás do nosso para ficarmos junto com o Rapha e a família! Então pra não esquecer desta vista maravilhosa tirei a ultima foto da nossa janela!


Bom no check in vieram com uma historia que estariam nos dando um up grade e lá fomos nós pra ver seguindo uma moça que só elogiava o quarto o tempo todo!  Era um quarto gigante com 3 salas, 2 quartos, tudo enorme para nós dois...  Era fora da ala central do hotel e com escadas e o pior, a única janela que dava pro mar era a do quarto alta e pequena! Só dava pra ver se ficássemos em pé!



 Bom recusamos e foi um stress porque eles alegavam que a suite que eu tinha escolhido estava ocupada! Como já tive agência de viagem sei bem o que alguns hoteis fazem, se tem 2 hospedes para uma mesma suite vaga às vezes dão upgrade pra um dos hóspedes e pronto, caso resolvido. Mas olhem só o que eu tinha fechado! 


Não seria fácil me embromarem! Depois de insistirmos e eles dizerem que essa suite Penthouse estava ocupada falei que queria um quarto standard igual do meu filho, mais simples mas com janelão para o mar! Disserem que sim, ai falei que iria pagar só por este quarto e não pela Penthouse, óbvio! Bom precisou vir o gerente pra autorizar! O fim! Não tem o quarto que escolhi e querem que eu pague o preço dele pra ficar num mais barato! No fim conseguimos... 


E a vista era a que eu queria! 


Da sacada também é lindo e o melhor as janelas fecham super bem e não tem barulho da piscina!


Saímos para andar pelo centrinho com o Rapha e familia, o dia estava lindo e nós descansados e querendo aproveitar! 


Foi um dia maravilhoso com eles! Descobrimos no centro o restaurante Cervejaria Luzmar que acabamos entrando porque achamos que o cardápio tinha mais cara das crianças e foi uma grata surpresa, os garçons eram ótimos com eles! A comida foi muito boa! Acertamos em cheio! A tarde ficamos a disposição das crianças, a Mia deu tantas voltas no carrossel que ganhou até voltas grátis! 

A noite tínhamos reserva no restaurante LAB by Sergi Arola que fica no Penha Longa Resort em Sintra, mas na verdade meio no meio do caminho, não tão longe de Cascais, chegamos lá e tinha um casamento indiano no hotel! 


Curtimos um pouquinho e depois entramos no restaurante. O bar do restaurante é bem charmoso e resolvemos tomar uns drinks aqui antes de ir pra mesa.


O Chef Arola tem 1 estrela Michelin e mostrou o por quê nesta deliciosa e criativa degustação! 


E ainda no café vieram todos esses docinhos e mais uma sobremesa em formato de bola de golfe já que o resort é de golfe! Vale a pena conhecer! 


No dia seguinte fomos para a praia, a principio o Rapha tinha escolhido um praia do guia mais afastada por ser domingo e as mais concorridas estarem cheias, mas quando chegamos foi inviável ficar com as crianças... Uma pedraria só e sem acesso bom...



Procuramos por outra mas a melhor ali perto foi a do Guincho, o restaurante de lá estava lotado e o atendimento não foi bom, tudo foi muito demorado... No fim ficamos pouco na praia, mas o passeio pela costeira é sempre muito bonito.


Fomos para o hotel, nos arrumamos e saímos para o jantar no restaurante do Hotel Fortaleza do Guincho, mais um restaurante com 1 estrela Michelin. As reservas pra degustação são sempre cedo e como o sol se põe tarde nossa ida até o restaurante foi assim até chegarmos! 




Se eu puder dar um conselho e for possível aluguem um carro conversível aqui em Portugal! Vcs vão amar!
E a degustação começou...


Tudo super original e uma delicia! foram tantos pratos que nao coube numa colagem só!


Na saída ainda fomos brindados pela lua no mar! Mas foto de lua pelo celular nunca sai boa... Pena, estava lindo!


Dia seguinte o Rapha e família foram pra Sintra passar o dia e nós que estivemos por cinco dias por lá antes de Cascais resolvemos ir conhecer o Convento dos Capuchos na serra de Sintra que não tínhamos tido a oportunidade de conhecer na ocasião. A estrada por dentro da serra é linda, mas quando chegamos foi uma surpresa...




Com certeza um lugar especial! 
De acordo com a lenda durante uma caçada o vice rei da Índia parou para descansar sob uma árvore e sonhou que deveria construir um templo cristão no local. Na sua morte não tendo feito o templo pediu que sue filho o fizesse, então um convento de frades franciscano da mais estrita observância foi fundado em 1560 neste local.


Aqui moravam oito frades, e as vezes alguns que chegavam pedindo abrigo por um período. O Frei Honório foi o mais famosos deles. 


Tudo é muito simples e genuíno, o local é de uma paz incrível! Com o fim das ordens religiosas o local foi abandonado e depois comprado por Francis Cook ( muito de sua historia está no post de Sintra) 


Em final do século XVI começo do XVII foram colocados os azulejos da capela.
Em 2014 começou  um restauro dentro do projeto do Parques de Sintra - Monte de Lua que detém a gestão e manutenção do local que estava a tempos abandonado e sofreu muitos furtos. O restauro que custou 3 milhões de euros trouxe vida ao lugar sem que se perdesse sua característica de isolamento. 
   

O local tb é chamado de Convento da Cortiça porque muitas das paredes das selas foram forradas deste material por causa do frio. Dava pra sentir o verdadeiro sentido do sagrado em cada pedra! 
A beleza natural da parte externa tb nos encanta! Andando por perto vemos a capela e as diversas cavernas onde muitos dos padres moravam em reclusão. 

Pra quem gosta de um passeio calmo e lindo e cheio de história acho esse local imperdível!
Voltamos pela costeira descendo pra ver cada pedacinho desta costa linda de Cascais!


Foi um daqueles dias que a gente só fica agradecendo por tanta beleza... 


No dia seguinte saímos com destino as praias de Sintra, escolhemos almoçar em Azenhas do Mar uma aldeia praiana com uma piscina oceânica. Reservamos almoço no restaurante que tb leva o nome de Azenhas do Mar! 
O caminho pelos vilarejos já vale só por eles mesmos, muitas praias do mapa foram difíceis de achar e outras difíceis de chagar pelas pequenas ruas das vilas, muitas delas com ruas onde os carros não passavam e outras onde só tinham contra mão! 


A estrada pelos costões tem vista maravilhosa! Paramos no miradouro antes da praia pra tirarmos a tão famosa foto que aparece em todos os lugares!


Pra falar a verdade fiquei meio decepcionada com toda a areia na piscina oceânica, mas depois entrando na internet vi que não estava ótimo mas tb não estava péssimo! Tinha até uma aguinha no canto! kkkkk


Descemos e ficamos na praia um pouquinho, depois fomos pro restaurante.  Comemos Picorocos um crustáceo que adoramos de entrada e depois um risoto de polvo, tudo ótimo! Deu tempo até pra crianças brincarem um pouco depois! 


Voltamos devagar para o hotel aproveitando as vistas da costa nesse dia maravilhoso! A noite tínhamos jantar no Belvedere Ristorante do nosso hotel. O restaurante tem essa parte a céu aberto que num dia como esse é lindo.



Tivemos até um desfile de moda no andar de baixo com musica ao vivo! De gosto meio duvidoso, mas  como dizem: de graça até injeção na testa! kkkk
A comida foi ótima, indico! 

Casa de Santa Maria

No dia seguinte saímos a pé pelo centro, paramos para visitar a Casa de Santa Maria uma antiga e luxuosa residência privada de Cascais,  desenhada em 1902 por Raul Lino, agora transformada em museu. 

A localização da casa é privilegiada, ao lado do farol com esse entorno de mar que adentra pela ponte formando uma pequena prainha. 

A casa é um charme e vale a visita.
Almoçamos no centro histórico, comemos um queijo azeitão de entrada depois nosso prato preferido Amêijoas Bulhão Pato e o garços nos fez experimentar um peixinho que parece nossa manjubinha que é delicioso! 



Depois fomos ao museu Casa das Histórias Paula Rego, bem interessante o local. É pequeno, portanto dá pra fazer em pouco tempo. Vale a visita.
Amanhã voltamos pro Brasil, a viagem foi excelente! Portugal é um charme!
Ainda deu tempo de ganhar mais um último presente na ida pro restaurante! Olhem só essa formação de nuvens! Incrível! 


Jantamos no Restaurante Grelhas na Casa da Guia um palacete do século XIX que foi todo restaurando e transformado em local de eventos e a parte a beira mar tem varios restaurantes. Escolhemos aqui porque queríamos um restaurante de frente para o mar. Estava gostoso. 
E assim acabou essa maravilhosa viagem! 




















































sexta-feira, 1 de março de 2019

Sintra

Esse é o nosso 25 dia de viagem por Portugal e estamos indo de Óbidos pra Sintra de carro. Prometi a mim mesmo que voltarei pra ficar uns 4 dias nesse Hotel Areia do Seixos em Óbidos que amei! 


Hotel Areia dos Seixos - Óbidos


A viagem é tranquila pois são só 76k. Como o Diego e a Gabi vão voltar hoje a noite pra São Paulo resolvemos sair cedo pra que eles pudessem conhecer um pouco de Sintra com a gente.



Por isso fomos direto para o Palácio Nacional da Pena! Eu estava louca pra conhecer por causa de um livro que eu tinha lido e amei, e que aconselho aqui, chama-se D. Maria II - Tudo por um Reino ou Maria da Gloria, de Isabel Stilwell. É um livro maravilhosos que conta a história da primogênita do nosso D. Pedro I casado na época com D. Leopoldina da Austria. O livro começa com ela pequena aqui no Brasil, sua ida com o pai em 1831 para reaver o trono de Portugal usurpado por seu tio Miguel.



Até que começasse a guerra dos 2 irmãos pelo trono de Portugal pai e filha ficaram um tempo na Inglaterra onde Maria conheceu a futura Rainha Vitória e se tornaram amigas pro resto da vida. Trocaram muitas cartas que estão neste livro!


As duas rainhas se casaram com com dois primos irmãos, Maria se casou com Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e Vitória com Francisco Alberto da mesma casa de Saxe-Coburgo-Gota.





O nosso D Pedro I se tornou D Pedro IV de Portugal e depois de sua morte a Princesa Maria da Gloria se tornou D Maria II rainha de Portugal e Algarves.
Nesse livro aparece em detalhes a construção do Palácio da Pena por seu marido o Principe Consorte Fernando que era um amante das artes, principalmente arquitetura e por isso apelidado do o rei artista.




Na época de D JoãoII foi construída nesta serra de Sintra uma  pequena capela dedicada a Nossa Senhora da Pena, depois no século XVI D Manuel reformou o local e deu a Ordem de São Jerónimo, onde foi construído os alojamentos do convento.
No século XVIII um raio caiu destruindo a torre, capela e sacristia; em 1755 o grande terremoto deixou o convento em ruínas.
No século XIX a paisagem com as ruínas deixou o então rei-consorte Fernando II encantado e em 1838 ele adquiriu o velho convento, o Castelo dos Mouros e quintas e matas circundantes e começou a grande reforma do convento que se tornou o famoso Palácio da Pena.



A reforma ficou a cargo do mineralogista alemão Barão Von Eschwege que colocava as ideias do rei em pratica.
A obra expressa a primeira construção no estilo Romântico do século XIX no mundo, 30 anos antes da construção do famoso Castelo de Neuschwanstein na Baviera!


Na verdade o palácio tem uma mistura de estilos que vão do neogótico, neo-manuelino, neo-islâmico, neo-renascentista e até indiano, tudo isso intencional pra mentalidade romântica do século XIX que apreciava o invulgar e o exotismo!



Em 1995 foi classificado pela UNESCO como patrimônio da humanidade e em 2007 foi eleito uma das 7 maravilhas de Portugal.
O castelo foi finalizado em 1847, D Maria II nem chegou a morar nele e morreu logo em seguida em 1853 em decorrência do seu ultimo parto.


D Fernando casou-se pela segunda vez com a condessa de Edla que herdou o palácio após sua morte provocando uma grande controvérsia na época.


A condessa chegou a uma acordo com o Estado Português e vendeu o castelo a Luis I ficando somente com o apelidado então como Chalé da Condessa até sua morte.


Realmente não deixou nada a desejar em vista da minha alta expectativa! Simplesmente maravilhoso!


Com essa aquisição a preservação do Palácio bem como o Castelo dos Mouros e adjacências foi preservados e tornaram-se patrimônio nacional Português.


Este logo ali é o Castelo dos Mouros que iremos visitar amanhã! O Diego e Gabi vão direto para o aeroporto pela costeira passando por Cascais e nós vamos pro hotel.


Na saída descendo pelo jardim ainda fomos brindados com essas hortênsias maravilhosas! O centrinho de Sintra é bem pequeno e muito charmoso. A cidade é toda situada dentro das colinas da Serra de Sintra.

Centro de Sintra 

Nosso hotel é o Tivoli Palácio de Seteais, como o nome diz é um palácio que foi construído no século XVIII para o cônsul holandês que na época tinha o monopólio da exportação de diamantes numa porção de terra concedida pelo Marquês de Pombal.



Na época foi aplainado o topo do morro criando um miradouro e construído um dos corpos do palácio. O restante foi construído pelo Marquês de Marialva o segundo dono do palácio.

Interior da sala Pillement 

Em 1802 foi construído o famoso arco triunfal para comemoração da visita do rei D. João V e Dona Carlota Joaquina. 

Meu quarto e vista da sacada 

Em 1918 o palácio é comprado pelo Conde de Sucena e em 1946 é adquirido pela Fazenda Nacional e autorizado a conversão da casa em hotel de luxo mantendo-se assim até hoje. O restaurante tb é muito bom! Jantamos nele.


Depois fomos a noite dar uma volta a pé pra ver a vista do miradouro do arco do triunfo.


No dia seguinte fomos a pé visitar a Quinta da Regaleira que fica na rua do nosso hotel. Esse palacete foi classificado pela UNESCO pelo seu exotismo. 



Em 1915 esta propriedade foi comprada e a agua da serra de Sintra foi canaliza para uso, em 1830 Manoel Bernardo compra a quinta que é chamada então de Quinta da Regaleira. Em 1840 a filha de um negociante compra a quinta e se torna a primeira Baronesa da Regaleira. 


A historia da Regaleira atual começou em 1892 com a compra por Antonio Augusto Monteiro e a construção atual começou em 1904 e terminou em 1910.


                                                       Capela da Santissima Trindade 


A idéia de Antonio Augusto era construir algo grandioso que tivesse símbolos que espelhassem Deus e ideologias.

Capela da Santissima Trindade Regaleira

O Palácio é marcado pela torre octogonal, foi construído pelo escultor Jose da Fonseca para dar a quem sobe a ilusão de se encontrar no eixo do mundo.
Antonio Augusto era um conservador e portanto quis reviver a era de ouro de Portugal construindo em estilo neo-manuelino com detalhes dos descobrimentos.


A vista interna não contempla todos os cômodos, mas vale a pena, os mosaicos venezianos, a lareira, os entalhes em pedra e madeira, as pinturas são muito bonitas.


Mas foi nos jardins que Antonio Augusto colocou todas as suas ideologias cristãs gnósticas, aqui encontramos temas esotéricos, maçônicos, Templários e Rosa Cruz.



Nesses  4 hectares vemos o primitivismo usado com maestria, encontramos um bosque que começa mais ordenado na parte baixa até chegar a parte mais selvagem ao alto. 


O Patamar dos Deuses é composto por nove estátuas de deuses romanos, aqui vemos a mitologia representada. 



Os vários túneis e galerias subterrâneas saem de diversos pontos do jardim num imenso labirinto. 



Os pontos mais famosos são a Entrada dos Guardiães, o Lago da Cascata e o Poço Imperfeito e levam até o famoso Poço Iniciático onde os rituais eram realizados. 
No fundo do poço esta embutida em mármore a rosa dos ventos sobre uma cruz templária que é o emblema heráldico de Carvalho Monteiro 



Esta é a maior galeria subterrânea da Quinta, neste poço foi construída uma escadaria espiral sustentadas por colunas esculpidas, por onde se desce até o fundo. São nove patamares separados por lançes de 15 degraus cada um invocando a Divina Comédia de Dante. 


Daqui fomos para o Palácio Nacional de Sintra considerado o centro de Sintra e onde esta o maior conjunto de azulejos mudéjares do país!

Este palácio foi construído na época da ocupação dos Mouros e sofreu três ampliações, a primeira após a reconquista, a segunda foi na época de D. João I no inicio do século XV e a terceira no reinado de D. Manuel I no começo do Século XVI. Foi nesta ultima ampliação que foram introduzidos oa azulejos e todo o enriquecimento do interior. 

Sala dos Cisnes 

A vista da cidade das janelas do palácio parece um quadro!

Esta é a Sala das Pegas esse tipo de corvo, leva esse nome por causa dos 136 que foram pitados no teto, a historia é interessante, cada pega segura 1 rosa com o bico, símbolo da casa da rainha Dona Filipa de Lencastre. Conta a lenda que seu marido  D. João I foi surpreendido por umas senhoras da corte beijando uma cortesã. Como o assunto foi espalhado pela corte e D. João fez pintarem as pegas com a frase abaixo "Por Bem" para que todos se lembrarem a ter discrição por respeito na corte.



Andamos por todo o palácio, tudo em perfeito estado!A cozinha do palácio é gigantesca pois eram servidos muitos convidados na época. Mas nada impressiona tanto quando a Sala dos Brasões! 


São 72 brasões das mais importantes casas da época de D. Manuel I entalhados e pintados no teto e nas paredes azulejos do século XVI com cenas de caça.  



Depois andamos pelo centrinho e voltamos para o hotel.

No dia seguinte combinamos com o rapaz do Tuk Tuk pra nos pegar e levar no Palácio de Monserrate. A historia da propriedade é interessante, dizem que mesmo antes da reconquista ouve uma capela aqui, e na época da reconquista um cristão-moçarabe teria morrido defendendo até cristã e teria sido enterrado aqui.
Em 1540 Monsenhor Gaspar teria construído a capela dedicada a Nossa Senhora de  Monserrate sobe a primeira. Nesta época o terreno e cercanias pertencia ao Hospital de Todos os Santos.


Em 1601 a propriedade é aforada a família Melo e Castro e em 1718 finalmente é adquirida por D Caetano de Melo e Castro comendador de Cristo e Vice-rei da India. Como ele morava em Goa a casa era cuidada por caseiros até o grande terremoto de 1755. As casas de Sintra ficaram inabitáveis e a propriedade passou para descendentes da família, foi em 1856 depois de décadas de abandono que ela  foi vendida. 
O comprador foi um milionário de têxteis inglês chamado Francis Cook para ser a casa de verão da família. O palácio foi desenhado por James Knowler e os jardins por um botânico, um paisagista e um mestre jardineiro que passou o resto de sua vida trabalhando nele. Foram criados uma falsa ruída da capela e até um cromeleque para deixar o jardim mais romântico e exótico.


Dizem que mais de 2000 pessoas trabalharam aqui, 50 delas somente dedicadas a jardinagem. Depois de pronta são contratadas 300 pessoas pra manter a Quinta e do parque. Foram sendo compradas 13 quintas adjacentes e ainda o Convento dos Capuchos totalizando 33 hectares! Todas as áreas iam sendo revitalizadas e até o vilarejo onde moravam todas as pessoas que trabalhavam nesta imensa quinta ganhou casas, escolas e até um teatro. 
O investimento e contratações foi de tal porte que o rei D Luís I concedeu-lhe o título de Visconde de Monserrate. 



Em 1884 ele recebeu o titulo de "baronet" na Inglaterra portanto se tornou Sir Francis Cook, e desde o fim da construção da Quinta  passou muitos meses do ano aqui. 
A propriedade fica em nome da família até 1947 quando a família perde grande parte da fortuna e a casa é vendida. Nesta venda se perdeu todas as peças de antiguidade e moveis, tudo foi a leilão.



Em 1995 a Serra de Cintra se torna Patrimonio da Unesco e em 2010 começa a recuperação da Quinta que hoje é aberta ao publico.
Quando fui entrando fiquei apaixonada, todo esse trabalho de filigrana em mármore Carrara, alabastro, dentre outros! São duas alas que saem do centro em corredores com colunas e sobressaindo os entalhes no mármore. é maravilhoso!



A sala de musica tem uma abobada linda! A gente não sabe pra onde olhar...



Com certeza imperdível, para se conhecer com tempo pra curtir cada detalhe e o parque! 


A tarde fomos no Castelo dos Mouros, construído sobre um maciço rochoso para a defesa do local.



Foi aqui que nasceu o nome de Sintra! Em 308 a.C. existia um templo Celta aqui dedicado a Lua. Os celtas chamavam a Lua de Cynthia e quando os mouros chegaram como a pronuncia era difícil ficou Chintra! 


A partir do século V o local foi ocupado e aqui instalado um posto de observação que com o tempo virou uma fortaleza!  


Eu adorei caminhar pelas ruínas, aconselho a virem de tênis! A vista é incrível!


Agora paixão mesmo foi pelas orquídeas dessa subida! Que coisa mais linda!



Almoçamos e saímos para Cascais para jantar com amigos que estavam lá. Saímos mais cedo pra pegar o pôr do sol no Cabo da Roca!


Uma maravilha! 
O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental de Portugal, e o por do sol é no mar, consultem o horário e o tempo e não percam, é de tirar o fôlego!


Nos encontramos com  os amigos no restaurante Porto Santa Maria, comemos um peixe maravilhoso e amêijoas a bulhão pato que somos viciados! Restaurante simples praiano, mas ao mesmo tempo requintado, foi ótimo! 



Voltamos pra Sintra e no dia seguinte fomos pra Mafra a 23k daqui para conhecer o Palácio Nacional de Mafra. 


O Palácio é composto por um mosteiro e o próprio palácio que é monumental! A construção toda em pedra lioz da região em estilo barroco joanino ocupa uma área de 4 hectares!
Pra se ter uma melhor ideia do tamanho, aqui tem 156 escadarias, 29 pátios e 4.700 portas e janelas! Foi a obra de maior referência construída por D. João V.


Entramos pela  enorme Basílica do Palácio, impressionante! Uma comunidade de 300 religiosos da Ordem de São Francisco moravam aqui na época. 


Em 1910 virou Patrimonio Nacional e uma das sete maravilhas de Portugal em 2007.
A construção começou mais modesta em 1717, mas o ouro do Brasil começou a entrar nos cofres e a construção aumentou chegando a ter na época 52.000 trabalhadores!
O Palácio sofreu um grande empobrecimento de seu conteúdo transportado com D. João VI quando fugiu para o Brasil. 


Na época da tomada pelos franceses as tropas se alojaram no palácio sendo substituídas depois por uma pequena tropa inglesa até 1828. Depois do conturbado período das Lutas Liberais no reinado da rainha Maria II filha mais velha de D. Pedro I que retomou o trono, o palácio foi de novo usado pela nobreza. Seu marido Fernando citado bastante por mim acima revitalizou todo o palácio que se tornou-se Real Edifício sendo usado até D Manuel II. 


No claustro do mosteiro tinha uma mostra águias e de corujas, lindas demais, tive uma aula sobre elas. Que ave incrível! Foram mil fotos só delas!
Com certeza vale incluir Mafra na viagem de vcs! E além disso tudo aqui é pertinho! 
Voltamos pra Sintra e amanhã vamos pra Cascais pra nos encontrarmos com o Rapha e a família! 

Quando estávamos em Cascais viemos duas vezes para Sintra, primeiro fomos jantar num restaurante chamado Arola do Chef Sergi Arola que fica no  Penha Longa Resort. A degustação é maravilhosa! Super indico!
Num outro dia viemos a tarde ver o Convento dos Capuchos, tb acho imperdivel! Se quiserem mais dicas desses 2 lugares estão no post Cascais. O ideal é ir com sol!
Vai aí uma foto só pra vcs verem que lugar especial!