domingo, 22 de maio de 2011

Penedo - Parque de Itatiaia -RJ




Combinamos com nossos queridos amigos do Rio para nos encontrar, mais uma vez, para uma nova aventura em Mauá!

Penedo é uma pequena cidade localizada no Parque Municipal Ecológico de Itatiaia- RJ e fica no kilômetro 311 da Via Dutra, daí é só subir a serra para chegar em Mauá!
Penedo foi colonizado por imigrantes finlandeses no início do século e hoje tem como principal atividade econômica o turismo. Tem como atrações principais trilhas, picos, cachoeiras, restaurantes e um pequeno comércio com cafés, casas de chocolate caseiro e a Casa Oficial de Papai Noel no hemisfério Sul.

A única Colônia Finlandesa do Brasil está aqui!
Um grupo de imigrantes finlandeses chegou aqui em 1929, com seus costumes e tradições, construindo aqui a primeira sauna do país, hoje encontrada em quase todas as pousadas...

Aconselho a quem vai ficar 1 noite em Penedo o que deixa a viagem mais leve e é muito charmoso!



Resolvemos ficar no mesmo hotel, o Pequena Suécia, que ficamos 9 anos atrás!

Foi um susto quando a recepcionista da pousada nos informou a data que estava marcada como nossa última estada, eu achava que fazia no máximo uns 6 anos... É o tempo passa...




Mais uma vez tudo correu muitíssimo bem! O atendimento é impecável e eles tem um chalé novo que chama-se Chalé do Príncipe que é muito bom.
É praticamente uma casa cercada pela mata, muito gostoso!
Estas são mais algumas fotos do hotel, é só clicar em cima da foto que ela fica do tamanho maior.




Quando chegamos em Penedo fomos direto almoçar, aconselho 2 restaurantes que são ótimos o Vernissage com seus incríveis beija-flores e o Jardim Secreto!
É só ir reto na rua principal e seguir as placas, muito fácil.
Depois passear pela cidade, se quiser conhecer o Pico do Penedinho ou a Cachoeira de Deus, mas para quem está indo pra Mauá, o melhor mesmo é descansar... No nosso caso ficamos um tempo tentando achar um mosteiro que tínhamos visto na net, mas depois descobrimos que fechou. Mas valeu o passeio.



Jantamos no restaurante do hotel que é muito bom, chama-se Jazz Vilage Bistrô e tem o melhor fondue de carne que eu já comi, onde a carne não é colocada no óleo, mas sim no vinho tinto com temperos, maravilhoso!!!
No dia seguinte nossos amigos do Rio chegaram para o café da manhã, ás 10:30hs e depois subimos para Visconde de Mauá!
Nada como um final de semana bem prolongado para curtir muito verde, sossego, boa companhia, boa comida e um "pouquinho" de cachaça, que ninguém é de ferro!!!!!



Para quem se interessar aí vai uma Breve História de Penedo.

A imigração finlandesa em Penedo, então distrito de Resende, diferencia-se basicamente das demais que vêm para o Brasil, pois esses imigrantes não buscam aqui riquezas materiais, como era comum aos povos ibéricos; não deixam sua terra por perseguições políticas, nem fogem de neuroses raciais ou religiosas.
São, na época, pessoas de posição definida na Finlândia: técnicos agrícolas, técnicos em desenho de arquitetura, construtores, ginastas, lavradores, massagistas, professores etc. que viviam uma vida sem maiores dificuldades materiais, entre amigos e a família.




São de raízes protestante-luteranas, e viviam em grupos e se reuniam e cantavam suas canções e hinos religiosos. Culturalmente gostavam de tocar instrumentos musicais, piano, violino, órgão e 'kantele" (espécie de cítara).




Lidera essa imigração um visionário - poeta, agrícola, estudioso do solo, das plantas, da natureza, uma pessoa altamente mística. Esse homem é Toivo Uuskallio.




Ainda na Finlândia, sonhando viver mais próximo da natureza com uma pequena comunidade, e como líder carismático, ele traça como caminhada a busca de simpatizantes à sua causa de imigração para o Brasil e nisso conta com o apoio do pastor luterano Pennanem.
Reuniões, debates, apresentação de propostas, e parte um pequeno grupo de cinco finlandeses, chegando ao Rio de Janeiro em 1927. Com ele vem sua esposa Liisa, personalidade firme, que se tornará esteio na colônia, e mais Frans Fagerlund, Enok Nyberg e Eino Kajander, eles se maravilham com as belezas naturais do Rio, acomodam-se em uma pensão alemã à rua do Riachuelo, matriculam-se na escola Berlitz para aprender português em curso intensivo. Já com um vocabulário básico mínimo, viajam de trem para Barra Mansa, onde, por indicação do gerente da pensão, vão todos trabalhar na Fazenda Três Poços, propriedade do Mosteiro de São Bento.

Barra Mansa é apenas a tomada de conhecimento com a terra, mas o objetivo central é a busca de local próprio para compra da terra que será o estabelecimento da comunidade e colocação das práticas de seus ideais. Em 1929, após passarem por Itatiaia e visitarem fazendas em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, agradam-se da Fazenda Penedo, também de propriedade do Mosteiro de São Bento. Perto da Cidade, com 3.500 hectares, sendo 2.000 de floresta, água pura, cortada por ribeirões, várias altitudes, propiciando cultura de plantas tropicais e européias, sede própria construída, podendo abrigar os que chegassem, esse era o local.



Compra-se então a Fazenda Penedo e o pastor Pennanem incentiva na Finlândia a vinda de mais adeptos. Os jornais relatam e chega em 1929 já um segundo grupo. Mais tarde desembarcam mais finlandeses, recebidos no cais com cânticos e rosas. Outros ainda chegam mais tarde, com a colônia já fixada.
Os beneditinos haviam explorado a terra com cafeicultura, exploração de lenha e carvão e, com a queda do café, o gado se estabelece. Daí muitos morros se tornaram pastos.



O começo não foi fácil, o solo na planície estava exaurido, e as saúvas exterminavam tudo. E havia os mosquitos, as enchentes tropicais inesperadas. Foi necessário refazer o solo e persistir.
Contra tudo lutam os finlandeses até encontrarem produtos possíveis de se plantar na terra trabalhada: o milho, a batata doce, hortaliças, bananeiras e até flores. Toivo Suni, já na colônia, constrói em 1930, a primeira casa como modelo às demais. Suni irá se destacar mais tarde como grande artista plástico, após a chegada, em 1948, do pintor tcheco Ian Zach, que se estabelece na colônia ao se demitir do cargo de adido cultural de seu país.




Hoje imperam as pousadas, restaurantes, a criação de trutas, chocolates e o artesanato.

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