terça-feira, 15 de maio de 2012

Samarcanda - Uzbequistão Rota da Seda 2005


Saímos de Bukhara ás 9 da manhã, passamos numa "fábrica" caseira de cerâmica, aqui somente os homens podem fazer cerâmica!


Depois no meio do caminho, paramos para ver um Sardoba um antigo reservatório de água feito de tijolos coberto por um domo, que deixa a água fresca.






A coisa mais pitoresca que aconteceu nessa nosso trecho da viagem foi que precisamos parar para colocar gasolina no carro... Olha só o nosso posto!!!


Nosso motorista entrou, pegou um galão de gasolina e colocou no nosso carro!
Ah! Se a moda pega!!!

Chegamos em Samarcanda ás 13:30 e fomos almoçar no Astória, foi muito bom. 

                           


Samarcanda foi muito famosa por sua localização bem ao centro do caminho da Rota da Seda, entre a China e a Europa, e tb por ter sido um grande centro de estudos islâmico.



Fundada mil anos antes da era Cristã, foi um rico centro de comércio na Rota da Seda e por isso foi conquistada por Alexandre, o Grande e pelos Abássidas.
Mas foi só no séc. XIV que o império Tamerlão construiu esses maravilhosos edifícios do complexo Rajistan!


O nome Samarcanda significa Forte ou Cidade de Pedra, e é considerada uma das cidades mais antigas do mundo!

O matemático, astrônomo e poeta persa Omar Khayyãm (1048-1131) residiu na cidade em 1072, ficou 2 anos e depois se mudou para Isfahan por convite do sultão Malik Shan I, quando estava em Samarcanda escrever o tratado de álgebra!

Depois do almoço fomos visitar o observatório de Ulugh Beg, construído no séc XV foi o primeiro observatório do oriente e possui um sextante de 30m, por isso os mapas feitos em Samarcanda eram tão famosos pela sua precisão!



Com certeza uma construção muito a frente do seu tempo em todos os sentidos!



Depois fomos visitar o Mausoléu de Gur-Emir onde encontra-se o túmulo do Tamerlão, o último grande conquistador do império Timur!



Um dos mais bonitos exemplos de arquitetura turco-tártara!




Por dentro e por fora é de tirar o fôlego, olhem só esse domo!



Lindo né!
Depois fomos para nosso hotel, mais um vez agradecemos nossa briga no meio da viagem para a troca dos hotéis, por isso ficamos no Presidente Hotel no lugar do Malika Samarkand, boa troca!


Jantamos no hotel e caminha!


No dia seguinte fizemos um tour por Samarcanda, visitamos a Bibi-Khanym Mosque que leva o nome da esposa do Amir Timur, depois passamos pelo Bibi-Khanym Mausoléu e seu lindo domo!





Almoçamos no Karimbek e a tarde fomos ver a necrópole Shah-i-Zinda, neste complexo há uma parte com mausoléus  do séc. IX até séc. XIV e uma parte mais nova com tumbas do séc. XIX.


As entradas de alguns mausoléus são um espetáculo! O nome Shah-i-Zinda significa O Rei Vivo, e está conectado a lenda de Kusam ibn Abbas, o primo do profeta Muhammad que estaria enterrado aqui. Ele teria vindo junto com a invasão árabe do séc. VII para pregar o Islamismo, a lenda conta que ele foi decapitado pregando, mas ele teria pego sua cabeça e entrado com ela no jardim do paraíso onde ainda vive.


Ao todo este complexo tem mais de 20 construções, as escavações desta área começaram em 1920 e continuam até hoje e claro como tudo em Samarcanda, é patrimônio da UNESCO. Vamos andando pelas alamedas deste labirinto todo trabalhado em tijolos e vitrificados turquesas, uma beleza!!!



Depois deste tour maravilhoso voltamos ao hotel e pedimos um indicação de onde poderíamos comer Pelmeni, nos indicaram um restaurante familiar no quarteirão atrás do hotel, fomos e voltamos andando, estava bom, mas nenhum deles bateu o primeiro Pelmeni que comemos em Khiva!




No dia seguinte fomos a pé ao Rajistan Square, o cartão postal de Samarcanda. O nome Rajistan significa local de areia e era o centro da cidade antiga.




Nesta praça podemos ver a entrada de 3 madrassas (escolas islâmicas) a da esquerda é a Ulugh Beg Madrasah, construída entre 1417 e 1420, época áurea de Timur,  é a mais antiga das três. Seu trabalho de mosaico é todo geométrico, dentro dela há uma mesquita, salas de leitura e dormitórios.





A segunda a ser construída entre 1619 e 1636 foi a  Sher-Dor Madrasah, a direita da praça, sua fachada foi feita como um espelho da Ulugh Beg Madrasah que fica a sua frente, obedecendo assim as mesmas medidas. 




Somente seus mosaicos são diferentes, considerados menos refinados, pois para o Islã as imagens nunca são apreciadas, na fachada tem 2 tigres-leões com 2 sóis que simbolizam o renascimento da época áurea do império Timur.
Seu nome Sher-Dor significa o rugido do leão apesar de todos acharem que os animais parecem mais tigres que leões...
E é claro os domos gomados característicos de Samarcanda!

                                          

No atrium dela as mesas para o chá e como sempre a oportunidade de comprar alguns artesanatos!





Compramos um aplique de tepeçaria de cabelo, para ser colocado junto com o rabo de cavalo, muito interessante.


Ao fundo da praça fica a Tilya-Kori Madrasah construída entre 1646 e 1660, na sua fachada tem 2 sóis, que simbolizam a luz do conhecimento, ao redor motivos florais.
No lugar dos minaretes laterais ela tem torres que acompanham o mesmo dome da sua mesquita,  seu jardim interno maior que os demais abrigam 4 galerias, o que aumenta muito o número de dormitórios para estudantes e professores.





As portinhas, tanto dos quartos quanto das salas de estudo, são super baixinhas, diz nosso guia que para que o estudante abaixasse a cabeça para entrar e com isso lembrasse sempre do mais importante, a humildade...



Chamada popularmente de a dourada pelo seu lindo domo internamente dourado!







Voltamos para o hotel fizemos o check out  e depois saímos ao meio dia para almoçar no restaurante Platan, claro comemos Pelmeni novamente… Vcs acham que estamos viciados?  Com certeza!!!  

Pra vcs terem idéia, ontem quando eu estava escrevendo Khiva pra colocar no blog   me lembrei do Pelmeni, eu e o Fernando ficamos com tanta saudades que saímos a 1 da manhã, fomos até a banca da cidade jardim para comprarmos os ingredientes e 1 hora depois estávamos degustando esse prato!

Saímos a uma da tarde com destino a Tashkent capital do Uzbesquistão!
Chegamos ás 5:30 no quarto, foi uma viagem cansativa... Jantamos no hotel e dormimos.
No dia seguinte saímos ás 9 da manhã para um tour na cidade, bom não tem muito o que ver... É a maior cidade do país e tem 2.2 milhões de habitantes. Fundada no séc.V, foi considerada a cidade mais rica da Ásia Central, por isso foi invadida inúmeras vezes, por isso, Tchatch (seu nome original) não guardou quase nada da sua época áurea.




Visitamos o Palácio do Príncipe Romanov, construído no séc.XIX pelo Grão Duque Nikolai, neto do Tsar Alexandre III da Russia, uma parte do palácio é um museu e a outra está ocupada pelo ministério de Assuntos Exteriores.



Depois fomos visitar a Madrassa e mesquita Khast Imam, construída no séc.XVI, foi muito restaurada....
Nela está o mais antigo exemplar do Corão do mundo!



O Bazar deles é interessante, bom pelo menos por fora...




Poderíamos ir embora hoje, mas nosso vôo só saí amanhã... Então voltamos para nosso hotel Tashkent Palace, assistimos um filme no quarto, jantamos e fomos dormir.






Na manhã seguinte acordamos cedo e saímos para andar um pouco a pé, comprei uns novelos de lã, almoçamos no hotel e saímos para pegar o vôo para Almathy a maior cidade do Casaquistão. No aeroporto precisamos abrir todas as malas várias vezes, apresentar documentos a cada trecho, bem cansativo... Relatórios e mais relatórios... Essa burocracia russa ainda está impregnada nestes países!!!

Nem consigo imaginar o que pode ter neste próximo país... Será possível que ainda tenha tanta coisa bonita nesta Rota da Seda pra ver? Bom, depois eu conto pra vcs...







domingo, 13 de maio de 2012

Bukhara Uzbequistão - Rota da Seda 2005




No dia seguinte saímos do hotel ás 8 da manhã com destino a Bukhara, pela Estrada Karakun margeada pelo rio Amur Darya, chegamos ás 12:30 e fomos direto para o hotel Bukhara Palace que era bem fraco, apesar da recepção bonita, os lençois eram grossos e sem arremate e os móveis bem batidos. 
De todo jeito melhor do que o hotel original o Sacha&Son...
Saímos para almoçar e já deu pra ver um pouquinho da beleza da cidade!




Esta região onde está Bukhara é habitada a pelo menos há 5mil anos e a cidade existe há mais de 2.500 anos!

Localizada na Rota da Seda ela foi um forte centro de comércio, ensino, cultura e religião. O nome Bukhara em sânscrito significa monastério, vcs podem imaginar quantas escolas religiosas haviam aqui!

O centro histórico contem diversas mesquitas e madrassas, e é Patrimônio da UNESCO. A cidade tem inúmeras etinias portanto não há problemas com o vestuário feminino.



Este é o complexo Po-i-Kalan, este nome significa a Grande Fundação em referência a fundação do minarete Kalan.



Este complexo é formado pelo Kalan Minarete ou Grande Minarete, ele tem 46m de altura, 9 metros de diâmetro na base e 6 no topo!
Tb conhecido como a torre da morte porque durante centenas de anos os criminosos eram executados sendo jogados lá de cima...


A Kalan Mosque finalizada em 1514, seu tamanho e beleza impressionam!

E finalmente a Mir-i Arabe madrassa construída em homenagem ao Sheikh Abdullah Yamani do Yemen, que conquistou a região em 1506, ele foi mentor espiritual do império Shayabanids que apesar de ter durado poucos anos inspirou a construção desta madrassa   em 1533.


Depois do almoço fomos dar uma volta a pé pelo bazzar!

Conhecida pelos seus tapetes a cidade tem o charme e a energia dos bazares frenéticos e coloridos, onde nos perdemos!!!


Depois de algumas comprinhas paramos uns minutinhos em frente a entrada do Bazar pra descansar... É porque pechinchar cansa! 




Mas vale a pena comprei uma suzanna, um outro pano feito de tear e bordado, alguns brincos de prata e uma linda pulseira, tipo bérbere com cornalinas...



Depois passamos pela praça central da cidade velha onde está o complexo  Labi-haus  construído entre 1568 e 1622, ele tem o nome da área ao redor de um dos reservatórios de água da cidade chamados de Hauz. Esses poços eram muito importantes no séc XVI e XVII porque eram a única fonte de água local que além de suprir ainda deixavam o local fresco!

Esse complexo é formado pela Kuksldash Madrasah finalizada em 1569, a maior da cidade.





E os 2 edifícios religiosos construídos por Nadir Divan-Beghi: 
a Khanaka (de 1620) ou hospedaria Sufi 


                                          
E a Nadir Madrasah com seu lindo mosaico!







Olhem só estes 2 pavões reluzindo a luz do sol, muito bonito!







Paramos para tomar chá na praça , um lugar bem bonito com o hauz (reservatorio de água) no meio, atualmente usado somente para  refrescar,  junto com as árvores plantadas em volta formam um agradável local! 





Uma delícia tomar chá aqui!!!






As árvores em volta da Hauz são super antigas, são Mulberry Tree e datam de 1477!



Voltamos ao hotel, tomamos banho, passamos na lojinha onde eu comprei um chapéu típico e jantamos no restaurante, houvimos uma moça tocar violino no saguão do hotel e depois a tão merecida cama!!!
No dia seguinte saímos para o tour ás 8 da manhã, visitamos o Bolo Hause Mosque com suas 40 colunas e teto todo entalhado, lindo!





Almoçamos no restaurante Sesame e repetimos o Pelmeni, estava maravilhoso!

A tarde continuamos o tour pela cidade e fomos ver a Char Minar (1807) que significa 4 minaretes em Tajik, e o interessante é que ele é a porta de entrada para uma madrassa.





                              


Sua arquitetura é mais indiana que Uzbek, um de seus minaretes foi restaurado pela UNESCO quando colapsou em 1998.

As 5 da tarde voltamos para o Bazar para pegar algumas camisas que o Fernando comprou e mais uma Suzani que eu jurei pro Fernando que caberia na mala! 
Já era a terceira que eu comprava!!!



Suzani é um tecido feito na região há mais de 1000 anos, por ser um tecido plasticamente lindo é usado muito atualmente para forrar móveis.
A origem do nome Suzani vem do Persa e significa Beleza tribal. 

Aproveitamos para tomar chá e depois voltamos para o hotel!

Mais uma vez jantamos e depois ficamos no lobby com direito a chá com violino antes de  dormir.





No dia seguinte saímos rumo a Samarcanda ás 9 da manhã, na memória a última vista desta cidade maravilhosa!