Depois da nossa viagem de St Barth o mesmo grupo de amigos do meu filho Rapha ia passar o Reveillon em Cabo Polonio.
Já era a terceira vez que a maioria deles ia para lá fazer a tal experiência do sentidos e as fotos que nós tínhamos visto do Reveillon do ano passado eram lindas…
Bom resolvemos ir junto pra conhecer esta reserve natural que diziam que era linda, apesar de não ter energia elétrica, o que diziam ser o mais interessante da experiência!
Contando um pouquinho sobre o lugar, Cabo Polonio fica a uns 200km de Punta de Leste e é um parque nacional de preservação do minúsculo sapo Darwin, que só existe neste local.
Ah! O interessante é que a população de sapos da reserve e 3 vezes maior que a de gente!
O parque inclui tb as 5 milhas náuticas com a reserve de reprodução de leões marinhos que ficam espalhados pelas rochas. Os machos ficam no continente e as fêmeas com as crias nas 2 pequenas ilhas em frente.
O nome Cabo Polônio, foi em homenagem a Joseph Polioni, capitão de um galeão espanhol vindo de Cadiz (Espanha), que naufragou naquela costa, no século 18.
Depois foi construído um farol (hoje considerado monumento histórico) para evitar novos naufrágios, esta parte do farol que dizem que antigamente era uma ilha separada, hoje está ligado ao continente por um estreito de areia rodeado de dunas, que, por sua vez, estão cercadas pelo mar. A peculiar geografia é o segredo que garante a preservação da natureza, além de embalar a vida dos 40 moradores fixos.
Para chegar em Cabo Polonio fomos de carro de Montevideu até a entrada do parque de Cabo Polonio, aí adeus carro particular, ar condicionado e carregador de malas, ou seja adeus mordomia!
Pegamos o famoso 4X4, na verdade um pau de arara e fomos ver do que se tratava nossa aventura!
Bom o pneu furou e tivemos que esperar outro caminhão passar, mas finalmente chegamos no centro de Cabo Polonio.
Aí graças a Deus o irmão da Valentina proprietária da casa que alugamos nos achou e nos ajudou carregando as malas até a casa.
Tivemos sorte, nossa casa era bem simpática!
Ficava no alto no morro entre as duas praias em cima de uma laje de pedra, a vista era linda!
E tem mais, nossa pequena casa de 40 metros quadrados ainda tinha uma caixa de água enorme (captada pela chuva), energia solar que servia pra acender por um tempo a luz (lâmpada de 12 v) do banheiro, da cozinha e da sala, e fazer funcionar a bomba que joga a água pra caixa!
Tudo isso é puro luxo em Cabo Polonio!
Ah! Tinhamos tb uma mini geladeira a gás, que nunca funcionou e um aquecedor a gás para o chuveiro. Aquele bem pequeno onde a água passa por uns caninhos finos o que tornava nosso banho de pingos mais quentinho!
Bom aí é sair correndo pra fazer a cama, comprar velas, papel higiênico e itens essenciais antes de escurecer!
Dicas da Ju, namorada do Rapha, depois de passarem um aperto da última vez que tinham vindo, pois era lua nova e eles não tinham lanterna nem nada, na empolgação do primeiro dia, saíram pra jantar ainda com luz do dia, e depois levaram 3 horas pra achar o caminho de volta pra casa!
E sabe como foi?
Só dando uns 4 ou 5 passos cada vez que o farol iluminava e eles conseguiam enxergar algo!
Olha aí nosso mercadinho!
Bom a convite dos meninos, depois de tudo organizado, saímos pra comer no restaurante La Gulosa, o dono Leo foi sócio de um restaurante em Trancoso e depois abriu este no Cabo.
A decoração é bem estranha, tipo brechó, sabe…Muitos enfeites velhos e empoeirados, as mesas e cadeiras bem baixinhas, tipo banquinhos e cadeira antiga com os pés cortados…
Mas a comida foi muito boa, tirando a demora… Comemos um arroz de Siri muito gostoso, tudo regado a garrafas de vinho e luzes de velas o que ajuda muito o olhar!
Depois ficamos os 12 dias indo a praia todos os dias. Não adianta querer ir cedo pra praia, porque o sol se põe ás 21:30, portanto chegar ás 2 e meia, 3 horas é o melhor.
Temos 2 opções de praia, a Calavera mais perto do centro e a do sul que é a mais interessante, primeiro porque é onde o sol se põe, segundo porque é mais vazia.
A praia é boa sem pedras, com areia lisinha no mar, os únicos problemas são o vento que quando tem não dá pra querer tomar banho de sol deitado na areia e a água gelada, mas revigorante pra quem tem coragem de entrar!
O único bar desta praia, chamado Al Fin e al Cabo, popularmente chamado de loung é onde o pessoal mais legal fica e, ainda por cima, tem na entrada dele um pano amarrado no portal de madeira, uma diversão para as crianças e pra quem sabe fazer tb! Olha só o Bruno dando um show!
Como vamos todos os dias para o louge, o garçon já nos conhecia então já sabia que de início eram 2 sucos de laranja com buñuelos de algas, depois com o tempo vinham as rabas fritas (lulas), mejillones, tacos de vegetales, angelito frito, panqueca de maça, hum que delícia!
Tudo regado a cerveja heineken, caipiroska ou clericô (sangria de vinho branco)…
Regime de engorda, sabe?
Além de tudo isto, faz parte brincar de cazinha!
Arrumar a cama, lavar a louça, varrer, tirar o lixo pra fora, ir ao mercadinho todos os dias comprar gelo, vinho (não sei porque acabava super rápido), vela, queijo de aperitivo, etc.
Num dos dias fomos comer na pousada da Nancy, primeiro lugar que os meninos ficaram na primeira vinda, só fica aqui quem não conhece o Cabo ainda…
O lugar é de frente pra praia, mas longe do centro e as acomodações são no estilo barraco enfeitado a gosto bem duvidoso. A ala nova, feita de compensado tem banheiro particular, um luxo segundo a dona…
O mais gozado é o diploma dela que está na parede, culinária na área de veterinária, hahahaha!
Como diz o Fernando o Cabo tem dessas coisas, cada lugar é um micro cosmos de um louco que se perdeu por lá!
O que dava mais dó era a cara do pessoal que estava hospedado lá, era de infelicidade profunda… Um brasileiro que encontramos um dia antes nos perguntou onde estávamos, e depois comentou que estava na Nancy e era um horror, nada estava limpo, era longe de tudo e não tinha água…
Bom os meninos falaram que a comida era boa e lá fomos nós todos experimentar, o caminho pela praia até lá estava maravilhoso, um por do sol incrível!
E tivemos a sorte de ser um dia sem vento, coisa rara no Cabo!
Um outro microcosmos dos mias loucos que eu já vi foi o bar onde o Rapha fez questão que fossemos conhecer, valeu muito a pena pois acho que foi o lugar mais louco que eu já fui…
É a única “casa”no Cabo com plantas na volta toda, de dia não se enxerga nada dentro e a noite vai se entrando por um labirinto que vai dando numas mesinhas de madeira com banquinhos no meio da folhagem e flores de datura, a iluminação é com lâmpadas minúsculas azuis e velas o que deixa o local mágico e reflete as várias daturas (flores brancas) do local.
Muito louco!
Tudo é imperdível no Cabo, e temos tempo pra curtir todas as coisas, aí vão algumas...
Visita ao farol!
Restaurante Duendes...
Comida boa, mas prefiram as coisas do mar!
O Lobo para grelhados e sanduiche de chouriço, segundo o Fernando e o Rapha muito bom! Não tenho foto do lugar...
A meditação no por do sol!
Passear pela rua central!
Passar o reveillon com os amigos!
Fazer massagem na praia!
Curtir a arquitetura das casas!
Ter certeza de ter feito uma escolha boa na casa!
Se divertir com amigos o tempo todo!
E ir embora com um soriso enorme no rosto!