Any Tsangu Kuang
Nossa segunda noite em Lhassa foi ótima! Dormimos muito bem o que nosso guia nos informou ser um sinal de boa aclimatação a altitude!
Acordamos cedo pra visitar o Templo Any Tsangu Kuang que é uma nunnery, ou seja um templo de monjas que foi bem interessante.
Este é um templo ativo e portanto com muitas monjas que moram aqui, chegamos na hora da recitação dos mantras!
O templo é pequeno, mas bem bonito por dentro.
Muitas pessoas vão lá pra tomar o chá que elas oferecem de manhã e levar oferendas.
O templo é onde elas vivem e tb onde trabalham.
Aqui no caso elas receberam impressos de Sutras (o significado do nome é costurar, no budismo os sutras são registros dos ensinamentos orais de Buda), elas fazem um rolo com eles e arrematam colando um tecido amarelo em cima.
Este pequeno rolo de oração é colocado dentro das imagens dos diversos budas...
Na saída passamos pela lojinha delas e acabei comprando algumas pulseiras, tudo caro, aliás aqui no Tibet as coisas ou são chinesas, imitações de vidro, plástico ou feitos de materiais de segunda bem baratos, ou são de materiais bons e caríssimos!
Continuamos andando pela parte antiga da cidade com suas ruas e construções antigas ao estilo tibetano e com comércio na frente como era antigamente, essa parte da cidade ainda é de famílias e comerciantes tibetanos e não chineses.
Numa das lojas que entrei gostei de um mala no estilo que eles usam segurando nas mãos ou pendurado no pescoço e o preço era três mil reais! Não comprei!
Segundo meu guia as lojas boas e que vendem coisas autenticas são de lojistas tibetanos e as lojas chinesas (quase todas) só tem coisas falsas… Claro que nosso guia era tibetano né?
Bom em parte ele está certo tem muita bugiganga chinesa sendo vendida, mas dá pra comprar coisas boas tb, mas tem que conhecer pra identificar porque se perguntar a resposta é sempre a mesma, tudo é original e bom…
Fomos andando até chegar na praça Barkhor Square onde fica o Monastério Jokhang, um dos maiores e mais famosos de Lhasa, considerado o mais sagrado dos templos de Lhasa!
Construído no SécVII pelo rei Songtsen Gampo para abrigar a imagem de Akshobhya que fazia parte do dote se sua esposa nepalense Bhrikuti.
Além disso esse templo também abriga uma imagem de Jowo Sakyamuni trazida pelo consorte da princesa chinesa Wencheng
Novamente é caminho dos peregrinos e na frente do templo todos param pra fazer a reverência!
Entrada do Monastério Jokhang
Este templo além de fazer parte da peregrinação e, todos que a fazem entrarem nele, tem uma fila de visitantes enorme que entram também e todos passam por cada uma das pequenas sala/altar que tem em volta da parte central da principal sala do templo. Turistas tem uma fila separada, tipo um fura fila com hora marcada, isso funciona principalmente porque tem muito poucos turistas... Bom se não fosse isso estaríamos tentando entrar até hoje!
É muita gente! Nós andamos grudados em todo mundo… Todos eles recitando mantras…. Se vc tiver claustrofobia nem pense em entrar! Ou melhor entre assim mesmo porque vale muito a pena!
É uma coisa de louco!
E não é só esse andar não! São três andares! Todos assim e com escadas minúsculas! Todos peregrinos e religiosos com uma garrafa térmica na mão e sabe o que tem dentro? Guee (manteiga clarificada) derretido, eles vão passando em cada altar, e tem dezenas, e vão colocando um pouquinho em cada enorme bowl de cobre onde ficam as velas acesas!
Uma experiência única!
Como em quase todos os templos não podemos tirar fotos dentro, então temos só algumas tiradas com celular...
Também vimos a entrada dos monges! Uma fila interminável! Todos alegres, emocionante!
Depois dessa experiencia única ainda subimos para a parte de cima do telhado, eu nunca poderia ter imaginado a maravilha que veríamos ali!
Primeiro essa vista maravilhosa da Barkhor Square!
A vista do Old Quartier ou Bairro Antigo de Lhassa com o Potala de fundo!
O templo visto de cima!
360 graus dos telhados mais lindos do mundo!
Dava vontade de ficar ali pra sempre...
Nosso guia quase implorou pra irmos embora.... Aí não teve jeito descemos...
Na saída continuamos a dar a volta na parte de fora do templo que é cheia de lojinhas.
Achamos um loja com as tão famosas pedras Dzi (nossa maratona atrás dessas pedras estão no post anterior Palácio Potala) que pareciam autenticas e entramos, ficamos umas 2 horas lá vendo e negociando 3 pedras, quando finalmente acabamos a negociação nenhum cartão nosso passou… Isso sempre acontece com maquinas velhas, já sabíamos, mas quando isso acontece normalmente o dono do estabelecimento dá um jeito, pega outra maquina emprestada, enfim.... Mas nesse caso ele nem se mexeu pra resolver o problema... Então resolvemos ir até o banco para retirar com cartão o valor… Foi complicado pois o valor era alto e precisava ser encomendado e também estávamos sem os passaportes… No fim deixamos para depois de 2 dias reservado, pois no dia seguinte tínhamos passeio de dia inteiro fora.
Voltamos para almoçar no hotel e saímos para visita no Sera Monastery um dos 3 mais importantes monastérios nos arredores de Lhasa, os outros dois são o Garden e o Drepung Monastery que iremos depois de amanhã.
O Monastério Sera fica aos pés da montanha Tatipu no subúrbio de Lhasa, ele é dedicado ao Gelugpa ou ao Secto do Chapéu Amarelo, um tipo de budismo tibetano fundado por Tsong Khapa.
Um de seus discípulos chamado Jamchen Chojey construiu este monastério em 1419 e seu nome Sera significa rosa selvagem porque nesta montanha os arbustos estavam todos floridos na época que começou a construção.
O monastério é muito bonito! Fica numa área de 115 metros quadrados, espalhados no terreno estão o colégio (Zhacang), os dormitórios (Kamcun) e o templo Coqen Hall construído em 1710, nele tem 5 capelas de adoração a Maitreya, Sakyamuni, Arthas, Tson Khapa e Kwan-yin com suas mil mãos e 11 rostos.
Aqui também se encontram os 108 volumes hoje são 105, dos sutras presenteados na época por Chengzhu Empregador da Dinastia Ming ao Jamchen Chojey.
Mas o mais incrível é que chegamos bem na hora do debate semanal, onde os monges mais velhos ou mestres desafiam os monges mais novos a responderem questões ou recitarem os Sutras!
Essa doutrina usa o método passo a passo nos estudos dos monges, quem não souber repete os estudos!
Nesta batalha de palavras todos os esforços são usados para que o estudante consiga chegar na resposta correta, numa variedade de gestos com seus colares de contas pra reza e palmas tentando buscar a melhor resposta e aprendizado!
Um show imperdível, com certeza uma experiência única!
O complexo todo é muito bonito.
Saindo de lá fomos visitar um mosteiro menor chamado Pabongka, com certeza o mais pitoresco da região! Dizem ser mais antigo que o Jokhang, mas não ficamos sabendo a data certa...
Ele é uma construção que fica parte em cima de uma rocha grande arredondada e na parte de baixo dela, numa das laterais, tem uma capela.
A vista de Lhassa e as diversas bandeirinhas na montanha acima do templo valem a visita!
Voltamos pro hotel e jantamos no restaurante chinês novamente!
No dia seguinte acordamos cedo para nosso viagem até Shingatse. Uma aventura interminável! Mas depois eu conto mais!
Nas alturas do Jokhang Monastery
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