Depois do Nepal fomos para o Reino do Butão que fica a uma hora de vôo de Katmandu.
Em sânscrito , Bhoṭa-anta significa "no fim do Tibet" o nome remonta da época em que nesta região só existiam tribos.
Hoje, considerado a Suíça asiática, o país foi aberto ao turismo recentemente ainda é pouco visitado, mas com certeza um dos lugares mais interessantes do planeta!
Já na chegada nosso pouso foi emocionante, por se tratar se um país localizado nos Himalaias o aeroporto de Paro foi construído numa pequena área plana num vale entre montanhas. Para descer o avião vai fazendo um espiral entre as montanhas e desviando da última já bem baixo aterrissa de frente para uma outra, é de deixar os cabelos em pé!!!!
O Butão ficou mundialmente mais conhecido por não medir o PIB do país, mas o índice de felicidade interno bruto ou FIB, em 2006 a Business Week magazine ranqueou o Butão como o país mais feliz da Ásia.
Sua religião é o Budismo Vajrayana, ou seja quem entra para o mosteiro é monge até o final da vida!
Chegamos numa ocasião especial no país, a coroação do novo rei, tudo estava enfeitado com babados amarelos!
Antes o regime era monárquico absoluto, em 2007 o país passou a ser uma monarquia constitucional com as primeiras eleições no final daquele ano.
Tudo isto porque seu rei, para proteger o país de um futuro rei "ruim" ou até mesmo de uma invasão da China, resolveu tornar o país mais conhecido, e para não cair no mesmo problema do Tibet, se tornou membro das Nações Unidas.
Todas essas mudanças culminaram com a decisão do rei Jigme Singye Wangchuck de passar o trono para seu filho Jigme Khesar Namgyel Wangchuck com 28 anos,e assim poder se dedicar plenamente a viajar pelo mundo e representar o país.
Igualzinho a rainha Elizabeth, né? Morre mas não larga o trono!!!
Bom, voltando a viagem, as estradas do Butão são de mão dupla e tem muitas curvas, as paisagens são lindas, mas apesar das principais cidades serem perto levamos 3 horas mais ou menos entre cada uma, pois além deles guiarem devagar, tem alguns caminhões pelo caminho e as ultrapassagens são difíceis.
Visitamos as cidades, Paro (onde chegamos), Thimphu (a capital) e mais longe Punakha. Para não ficarmos muito tempo na estrada, resolvemos ir direto para Thimphu, no meio do caminho, ficar lá 3 dias, depois fomos para Punakha (mais 3 dias) na volta paramos novamente em Thimphu mais 2 dias e por fim Paro, mais 3 dias. Não sei se por causa da coroação as estradas estavam sendo varridas por mulheres, acreditam?
As cidades estavam todas enfeitadas com bandeirinhas de oração e além disto todos os templos e as Dzongs (castelos fortalezas) estavam enfeitados com tecidos coloridos!
Voltando ao trajeto, foi ótimo, não ficou cansativo e o mais interessante é que ficando na rede de hotéis Amankora eles te pegam no aeroporto e o mesmo carro com o mesmo guia te acompanha por toda a estada no país, e conforme a gente foi trocando de hotel, não tem que encerrar as contas nem dar gorjetas, tudo é cobrado no último hotel, no caso em Paro.
O esquema funciona perfeitamente bem!
O pessoal é gentil e a intenção é fazer com que nos sintamos em casa, para isso não há horário para nada, nem café da manhã nem refeições é só avisar e eles acompanham nossos horários. Até para passeios de dia todo eles mandam a cesta de pique-nique!
Todos os hotéis deles são charmosos, muito bom!
O Butão nunca foi invadido por nenhum país nem inimigos, até o séc XVII ele foi habitado por diversas tribos até o Lama e líder militar Tibetano Shabdrung Ngawang Namgyal vir para o local com relíquias Budistas, o que levou o Tibet a tentar várias investidas para sua recuperação. As Dzongs foram construídas nesta época para defesa e a Tsa Yig 9codigo de leis) foi criada formando assim a unificação do Butão.
O jesuíta português Estêvão Cacella foi o primeiro europeu a visitar a região a caminho do Tibet, ele ficou na região por 8 meses e foi quem fez o primeiro relato em cartas da região.
Além das tentativas de invasão do Tibet em 1710 e 1730 a região tb sofreu uma tentativa de invasão do reino de Cooch Behar (Índia) e indisposições com o Império Britânico na área, mas nunca houve um vencedor. Após 100 anos de resistência e acordos com os Britânicos e algumas guerras civis, finalmente em 1907 foi reconhecido o tratado com os ingleses.
Em 15 de agosto de 1947 quando houve a independência da Índia o Butão foi o primeiro país a reconhecer sua independência.
O Butão tem mais uma coisa incrível, sua altitude vai de 98m, nos vales perto da Índia, até 7.570m do nível do mar! Dá pra imaginar? Com isso eles tem uma biodiversidade e um ecossistema únicos!
Nos picos altíssimos muito frio claro, mas o degelo destas áreas formam lidos rios turquesas pelos vales! Isto ladeado de Florestas Subalpinas de coníferas
Ao sul o Butão é enfeitado por uma linda Floresta Himalaia Subtropical com savanas e solo muito fértil.
Nesta região eles tem tigres de bengala, rinocerontes, leopardos, ursos, pandas vermelhos, antílopes, etc., e o Takin o animal nacional do Butão, porque só existe aqui!
A economia do Butão é uma das menores do mundo, mas é a segunda em crescimento!
Eles vendem energia hidroeléctrica para Índia, tb exportam arroz. pimenta, carne de Yak e vaca, trigo, cevada, raízes, maçãs e cítricos.
Apesar de não ser um país rico as pessoas não passam fome, as famílias moram sempre em uma casa única e todos trabalham no campo.
O turismo está sendo incentivado de maneira inteligente, ou seja eles estão investindo num turismo de luxo o que traz dinheiro sem o inconveniente do lixo, esgoto e depredação.
As cidades são lindas, os templos são exóticos e paisagem então nem se fala, mas isso vou deixar pra próxima postagem!
Muito interessante este artigo, e seu blog está de parabéns, muito legal!
ResponderExcluirAdorei a descricao da sua viagem ao Butao. Tbem gostaria de visitar esse lugar tao lindo. Blanche
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