segunda-feira, 30 de abril de 2012

ROTA DA SEDA



Em 2005 pensamos em fazer uma viagem diferente e meu marido, Fernando ficou atraído pela história da Rota da Seda.
Nesta primeira postagem estou colocando um pouquinho da história da Rota da Seda para que fique mais fácil a compreensão das próximas postágens! 




A Rota da Seda era uma série de caminhos interligados através da Ásia, usados no comércio da seda entre o Oriente e a Europa.
Eram transportadas por caravanas principalmente a seda vinda de Xian na China, mas também pedras preciosas, animais, especiarias, insensos, vidros, cerâmicas, etc.
Há registros de comercio nesta aria deste os faraós egípcios, que importávam lapis lazuli, malaquita, mirra, cedro do Líbano, etc. há tb estudos mineralógicos que revelaram fragmentos que pertenciam a uma jarra de vinho exportada do vale do Nilo até Israel!
Tb foram encontradas muitas sobras do que parece ser seda chinesa no Egito, datando de cerca de 1070 a.C.


Muitos dos trechos destas rotas já eram usadas antes do Sec IV aC para comércio local, mas foi nesta época com a domesticação do burro e do dromedário que a carga e a distância começaram a aumentar. Depois foi a época dos camelos e cavalos.
A rota da seda existe essencialmente desde o Séc I aC, seguindo os esforços da China em consolidar uma rota para o Ocidente e a Índia, tudo começou porque a China era sempre invadida pelos mongóis montados em seus cavalos, que em investidas curtas roubavam e destruíam o que havia. Apesar de diversas muralhas, construídas durante várias dinastias ao longo de aproximadamente dois milênios (começou no ano 221 a.C com término no século XV, durante a Dinastia Ming) que originou a Grande Muralha da China, a segurança desta enorme fronteira nesta época era ainda muito falha.


Os chineses por não possuírem cavalos tinham por eles grande fascínio, achavam esses animais altos e fortes, e eram denominados cavalos celestes, diziam até que eram tão fogosos que suavam sangue!
Então o imperador chinês Wudi, o filho do vento, como era chamado, resolveu mandar uma expedição para o Oeste tentar comprar um lote desses cavalos.

                            Cavalo da última dinastia Han    Séc I

Para isso foi um selo de ouro com uma fita de seda, quando foi pago o primeiro lote os vendedores ficaram encantados com a seda e ela passou a ser exigida como moeda de troca no lugar do ouro!
Mas foi quando os europeus conheceram a seda que o seu preço ficou astronômico e as caravanas se multiplicaram!
Com isso começaram as construções dos famosos Caravanzerais, locais para pernoite com segurança, água, pequeno comércio e até uma mesquita, construídos a cada 40kl, distância media percorrida pelas caravanas a cada dia!


As caravanas conectavam Chang'an (atual Xi'an) na China até Antioquia (Turquia) e o porto de Constantinopla de onde a seda e vários outros produtos iam para a Europa. Este comércio expandiu-se até a Coreia e o Japão formando a maior rede comercial do Mundo Antigo.
Estas rotas não só foram significativas para o desenvolvimento e florescimento de grandes civilizações, como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, a China, a Pérsia, a Índia e até Roma, mas também ajudaram a fundamentar o início do mundo moderno.


Rota da seda é uma tradução do alemão Seidenstraße, a primeira denominação do caminho feita pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen no Séc XIX.
Junto às as caravanas, caminhando ao lado dos camelos nessas viagens que duravam meses e até mesmo anos, um número enorme de pessoas e animais se movia. Eram comerciantes e mercadores das mais diversas procedências e nacionalidades, homens de guerra com seus exércitos, sacerdotes, exploradores, embaixadores e emissários, peregrinos religiosos, artistas. Foram eles que possibilitaram o intercâmbio não apenas de mercadorias mas também das idéias, das crenças religiosas, dos estilos artísticos e das escolas de pensamento. 


A Rota da Seda funcionou assim como um gigantesco caldeirão cultural no qual se encontravam e se fundiam as mais diversas experiências culturais, chinesas, indianas, iranianas, árabes, turcas, egípcias, gregas e a romana clássica.
Os itinerários seguidos pelos viajantes ao longo da Rota da Seda mudaram com o tempo, segundo sobretudo a situação política dos vários países. 
A rota da seda continental divide-se em rotas do norte e do sul. A rota norte atravessa o Leste Europeu (os mercadores criaram algumas cidades na Bulgária), a península da Criméia, o mar Negro, o mar Mármara, chegando aos Bálcãs e por fim, a Veneza; a rota sul percorre o Turquemenistão, a Mesopotâmia e a Anatólia. Chegando a este ponto, divide-se em rotas que levam à Turquia ou ao Egito e Índia.



Depois da desintegração da União Soviética abriu-se um novo capítulo na longa história da Rota da Seda. Com ela, as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central situadas na Rota da Seda – Casaquistão, Usbequistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão – conquistaram a sua independência e reabriram suas fronteiras, fechadas ao mundo ocidental durante a dominação soviética. Hoje, é possível visitar livremente essas nações, todas elas de riquíssimo passado cultural, para conhecer o que sobrou dos grandes monumentos construídos nos séculos em que a Rota se manteve ativa. Samarcanda e Bucara, no Usbequistão, por si sós valem a visita. Ambas possuem um patrimônio arquitetônico islâmico de tirar o fôlego.


Depois de tanta pesquisa resolvemos investir nesta exótica viagem, porém resolvemos fazer o caminho contrário de quem estaria indo comprar a seda!
Como já conhecíamos  Istambul resolvemos começar pelo Irã!

Nossa Rota da Seda ficou assim!

Irã – Turquemenistão – Uzbequistão – Casaquistão -  Quirguistão – China
Para ver nossa viagem inteira é só entrar em cada país desse na pagina principal, seguindo a ordem acima!
No total 38 dias!
Uma aventura e tanto!


O Centro do Patrimônio Mundial da Unesco trabalha ativamente para inscrever a Rota da Seda na lista do Patrimônio Mundial dos bens culturais. Em agosto de 2003 e em julho de 2004, a organização enviou expedições de especialistas para investigar sobretudo a parte da Rota que se encontra em território chinês. Essas missões da Unesco na China concluíram que uma rota cultural pode ser definida em termos de espaço, pois a Rota passava por centenas de países com diversos monumentos; e de tempo (é possível estabelecer o início e o fim da sua utilização). Completada a investigação do trecho chinês da Rota (cerca de 4.450 quilômetros), a Unesco dará início aos outros paises que formam este maravilhoso caminho, situados na Ásia Central até o Mediterrâneo.