terça-feira, 1 de maio de 2012

Teerã - Irã


Nossa viagem a Rota da Seda começou no Irã, ficamos 2 dias em Paris e depois voamos direto para Teerã.
Ainda dentro do avião ouvimos a indicação da comissária de bordo falando que era necessário a colocação do véu para desembarcar. Como no Irã religião e estado são uma mesma coisa desde a Revolução Islâmica de 1979, o véu é obrigatório.

Conhecida por nós como Pérsia até 1935 a região foi habitada desde a época pré-histórica, por isso teve grandes épocas de apogeu, várias conquistas tornando-se um império.  Houveram sucessivas conquistas e derrotas, uma delas foi pelo Alexandre o Grande em 331 a.C.
Depois disto houveram diversas dinastias e no Séc VII foi conquistada pelos árabes, do ponto religioso, o Zoriatrismo foi gradualmente substituído pelo Islã. A cultura persa nunca foi rejeitada pelos árabes e no Séc X houve até um renascimento da literatura persa.

                                           Império Pérsa

Na Idade Média a Pérsia foi invadida pelos mongóis, depois com a decadência do Império Mongol começou a dinastia do Ismael I descendente do sétimo Imã e chefe de uma Ordem Sufi, se intitulou Xá e impôs o Islamismo Xiita que vigora até hoje.
Muitas outras dinastias comandaram a Pérsia com invasões afegãs e turcas.
Apesar de grandes influências britânicas e russas a Pérsia nunca foi colonizada, uma coisa rara na região.

Com toda essa história o Irã possui um grande patrimônio cultural e de construções antigas!

Com toda a propaganda Americana contra o Irã eu estava um pouco tensa quando chegamos, na imigração meu passaporte fez sucesso só porque meus cabelos estava soltos e aparentes na foto!  Parecia que eles estava vendo uma Playboy!
Com certeza a única hora desagradável passada no Irã!

Quanto as roupas, as mulheres devem usar calça compridas largas (ou vestido longo) com alguma túnica até o joelho, sempre de mangas meio largas compridas. 
As mulheres religiosas usam o véu e por cima da roupa o chador, tipo uma toalha de mesa redonda que pode ser preta.


Isso nas mais tradicionais, ou podem ser coloridas e estampadas. 




Quando cheguei pensei que todas as mulheres se vestiam assim, mas não as que não são "religiosas", segundo meu guia, usam roupas normais, tipo calça de brim e uma camisa ou bata mais compridinha por cima. Ah! O lenço fica mais para trás (só não pode escorregar, para isso o truque do rabo de cavalo ou do óculos escuros) deixando as madeixas a vista!   Charmoso não?


Nosso guia o Amir era um moço muito educado e conforme ele dizia com mente muito aberta, pois sua namorada formada na França podia até dançar com amigos em comum! Ele só estava um pouco confuso com a exigência dela em casar somente depois que ele desse a permissão a ela de se separar dele por escrito, caso ela futuramente quisesse!
É porque no Irã a mulher só pode se separar com consentimento do marido!
Claro que dei bons conselhos a este respeito, não sei se adiantou…

Bom quando chegamos, ele se desviou de mim quando fui em direção a placa com nosso nome no aeroporto, depois super sem graça disse que eu parecia muito local e que ele nunca imaginou uma turista brasileira assim!

                                           Museu de Teerã

Bom é claro que depois que descobri tudo isso a respeito do véu, comecei a usar um um pouco menor por causa do calor, mas esse do começo eu tb gostava!

Mas vamos lá nosso hotel Howeyzeh não era lá essas coisas, a localização era ruim, tipo centro da cidade, não tinha nem um restaurante ou bar nele pra comermos quando chegamos sem jantar, e nada de room service! 
Na época tinha um melhor o Laleh, como tínhamos fechado com a agência os melhores hotéis possíveis em cada lugar, reclamei, e claro a resposta foi que eram da mesma categoria, segundo o Amir, mas na minha opinião, não era não…

                               Fragmentos do museu de Teerã


Ficamos 2 dias em Teerã, fomos ao museu Nacional e o Islamic Arts, ambos muito bons!  Depois fomos ao museu do tapete, nada de ficarem tentando vender tapetes pra gente, o que foi ótimo, é um museu mesmo e tem tapetes antigos lindos!
Ah! Neste lugar nos ofereceram chá e as melhores tâmaras do Irã, excelentes!!!



Depois passamos no Templo de Mitra e fomos visitar o palácio de verão da Farah Diba terceira esposa do Xá Reza Parhlavi, mas só os jardins vale a pena!



Tb tivemos que passar na agência e o transito na cidade é bem denso.  As mulheres apesar do véu estão por toda parte, guiando, trabalhando, andando pelas ruas… A cidade é bem agitada!
Infelizmente nosso guia não era muito bom nas indicações dos restaurantes… Um dia fiquei tão mal humorada que praticamente obriguei ele a nos levar pra jantar o Hotel Laleh, foi bom!
No Irã os turistas não saem sozinho, então vc tem o guia e o motorista indicando os restaurantes e sempre almoçando e jantando com vc, isso cansa um pouco, mas no fim da viagem numa briga acabamos resolvendo este probleminha... Talvez seja falta de prática com turistas...


Como eu cai na besteira de dizer para o nosso guia que eu adorava romã, ele nos levou para tomar um suco de romã tirado na hora, o Fernando achou muito ácido e não tomou, eu, fiquei com vergonha e tomei metade do meu... Se arrependimento matasse, eu estaria morta porque me custou 20 dias de intestino solto, só melhorei no Uzbesquistão! Isso porque nosso guia tinha uma tia que trabalhava na farmácia e me deu um remédio russo... Pode?
O duro foi achar banheiros com portas nas estradas, porque a maioria é uma cabaninha de madeira sem porta, mas virada para o outro lado da estrada, o mínimo né!




Depois de 2 dias voamos para Shiraz, o aeroporto nacional é algo a parte, parecia um comício de tanta gente! Filas nem pensar!!! 
E ainda por cima temos que passar por revista, claro separadamente, pois só mulher revista mulher dentro de uns cubículos de cortinas, todas gritando e a policial invocada falando em árabe... Mas como eu sempre digo tem uma palavra chave que resolve tudo, vc coloca um sorriso idiota na cara e diz:   tourist!
E a magia acontece!!!

Um comentário:

  1. Bom conhecer a história de pessoas que estiveram no País é mais realista só que o Brasil não tem comparação.

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