domingo, 8 de novembro de 2009

Yangon ou Rangoon




Depois de passar 2 noites no Hotel Mandarin em Bangkok descansando, embarcamos para Myanmar, com a expetativa a toda para conhecer o lugar que incitou toda essa viagem!

Finalmente chegamos em Myanmar, nossa guia que nos esperava era uma moça bonita tipicamente vestida (alías como todos no país, depois eu falo mais sobre isto), com as bochechas pintadas ao estilo birmanês chamada Golden. Todas as mulheres pintam o rosto desta maneira com uma pasta feita de sandalo e água denominada Tanaka. Além de ser uma coisa estética porque elas acham muito bonito, tb dizem que é para se protegerem do sol, o que é estranho, pois normalmente são só 2 faixas.





A Golden nos acompanhou o tempo todo em que estivemos em Myanmar e foi excelente!

A avenida do aéroporto que leva a cidade é grande e florida, nos causando uma boa impressão com seu asfalto impecável.

Dos vários livros sobre a Índia que eu li, um deles acabou bem quando eu estava em Trancoso passando o ultimo Reveillon, fui a livraria meio desesperançosa de encontrar algo do gênero, mas a dona me indicou um livro fascinante que fala da Índia e sobretudo da invasão Inglesa na Birmânia em 1885.
É um livro épico que conta a história de várias gerações de uma família e com isso pude ter uma noção bem grande dos acontecimentos históricos desse período, desde a entrada dos ingleses com o exílio da família do rei na Índia até o domínio do regime militar na formação da Republica Socialista da União da Birmânia.
O livro chama-se O Palácio de Espelho (Amitav Ghosh) para quem se interessar, vale a pena!
Bom as coisas acontecem de uma maneira incrível porque na seqüência dos livros que eu li, alguns foram presentes e outros comprados em lugares incríveis, seguiu-se uma ordem cronológica que, nem que eu tivesse imaginado possível, teria conseguido achar e comprar todos eles em ordem como aconteceu!
Esse foi um deles e na viagem anterior que fizemos pela Ásia, só não fizemos Myanmar por causa do ciclone tropical que acometeu a região em 2008, deixando 134.000 mil mortos e mais de 1 milhão de desabrigados.
Se tivéssemos feito na época, eu não teria tido a oportunidade de ler esse livro antes de vir e ter pesquisado tudo que me interessou durante a leitura.

Ma vamos lá, a vontade de conhecer Myanmar é antiga, pelas fotos que sempre vimos da região parecia uma oportunidade de conhecer um lugar mágico, e foi exatamente isso que aconteceu.


Bagan

Chegamos em Yangon que foi a capital do pais até 2006 quando foi transferida para Naypyidaw que significa “cidade dos reis”.
Dizem que a transferência feita pela junta militar foi para que fosse segurança e desenvolvimento para nova região.
Bom a conseqüência disto em Yangon foi que várias construções bonitas no bairro das embaixadas estavam abandonadas, pois elas foram transferidas para nova capital, outras viraram rstaurantes ou hoteis.




Mas mesmo assim o bairro é bem bonito, todas as casas tem terrenos grandes e são bem arborizadas.
O hotel que nos indicaram na Teresa Peres foi o The Strend, mas o Fernando tinha visto uma indicação do Gosvenor’s Residence na internet, todo feito em madeira Teca na década de 20, e optamos por este, o que foi ótimo.




Ele fica bem localizado, é bonito e a cozinha é excelente. Não vou nem citar o charmosíssimo jantar no jardim, a luz de velas, ao lado do lago com flores de lótus... Numa atmosfera da antiga Indochina... Imperdível! Ah! Tem que reservar o restaurante porque fica cheio!

Fomos um dia jantar no The Strend para conhecer, a construção é até imponente, mas ele fica numa localização ruim, longe de tudo e ainda numa área portuária feia. A comida deixou a desejar, além da demora do serviço.




Mas voltando a Yangon, a cidade é a maior do pais, com 5 milhões de habitantes. Yan significa inimigos e koun livrar-se de, portanto Yangon é a cidade sem inimigos.
O monumento mais importante de Yangon é a Shwedagon Pagoda, a construção deste templo data da época de Buda.




No 49 dia depois da iluminação 2 irmãos mercadores de Ukkalapa da terra de Mon, antiga Birmânia em visita a Índia foram ver Buda e ofereceram lhe pão de mel, depois de comer Buda passou a mão pela sua cabeça e nela saíram 8 fios de cabelo que ele deu aos irmãos falando que eles deveriam construir uma pagoda na montanha de Singuttara.
Quando eles voltaram ao seu povo, ninguém sabia onde era esta montanha, mas um sábio sabia e levou-os até o local, que tinha 7 nomes antigos e um deles era Singuttara, então 1 dos fios de cabelo foi colocado na stupa e ela foi consagrada na lua cheia do mês de novembro.
Os outros fios foram colocados em outras stupas erguidas na região.
Como o local era ermo, com o tempo tudo foi coberto de vegetação caiu no esquecimento.
Após 200 anos depois da morte de Buda em 543aC o rei Asoka descobriu o local e revitalizou todas as pagodas. E desde essa época o povoado começou a se desenvolver em torno das pagodas, e elas foram reconstruídas muitas vezes, até atingirem o tamanho atual.

No Século XI o rei Anawratha de Bagan doou o primeiro ouro e sombrinhas de prata a serem colocado nas pagodas, desenvolvendo ainda mais a devoção do povo.
A Birmânia tinha mais de 135 etnias diferentes, e a cultura religiosa da região definiu-se no budismo teravada temperado por elementos locais.
Entre o Século XI e XIII foram construídas mais de 12 mil pagodas por toda a região o que rendeu ao país o nome de Terra das Pagodas.




Resolvi colocar um pouco dessa história pra vcs porque esta Pagoda, além de ser o local de maior peregrinação budista da Birmânia, é com certeza uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida!



Acho que vai ser difícil imaginar o tamanho e a disposição só vendo as fotos, mas vou tentar explicar.

Primeiro que ela estava com uma parte protegida com papelão pois no ciclone de um ano antes houve dano no ouro, e eles estavam folhando novamente...



Na volta toda desta magnífica pagoda tem esses oratórios todos decorados, em volta deles tem o passeio onde todos andam.



Do outro lado do passeio tem templos de todo o tamanho.



Alguns são em madeira entalhada, que trabalho!






Em cada um desses templos, não importa o tamanho, tem sempre uma imagem de Buda.











Ou várias!!!











Chegamos neste lugar maravilhoso ás 5 da tarde para conhecer e ver o sol se pôr da pagoda, ficamos lá até depois do pôr do sol e eu não queria mais ir embora!
Que coisa mais linda!




Foram 1000 fotos tiradas e com certeza, nem vendo todas elas dá para imaginar o que significa este lugar!



São tantos detalhes, todos lindos...










Também conhecida como pagoda de ouro ela tem 98 metros de altura.


Tem 4 entradas com escadarias cobertas para se chegar a plataforma da montanha. Um trabalho incrível!







Um par de enormes leões chamados chinthe guardam as entradas




A base da pagoda é feita de tijolos e coberta por placas de ouro

Acima dos terraços somente monges tem acesso.

As pagodas são construídas sempre da mesma maneira, acima dos terraços vem a parte do sino, do turbante, do bowl invertido, as pétalas invertidas e eretas do lótus, o broto da banana, e aí a coroa.



A coroa ou sombrinha é coberta com 5.448 diamantes e 2.317 rubis.
Acima vem uma bandeirola terminada num botão com 4 hastes que suportam um diamante de 76kilates.




A tradição de doar ouro para as pagodas ficou mais desenvolvida no SéculoXV quando a rainha Shin Sawbu doou o seu peso em ouro para a pagoda.

Quando chegamos, subimos uma das escadarias cobertas e descobrimos que internamente elas são cheias de lojinhas que vendem todo tipo de material de oferendas.








Quando chegamos na entrada, tiramos os sapatos e ficamos a vontade para caminhar por todo o complexo de stupas da pagoda, de preferência sempre no sentido horário.




Esta abaixo é a coluna que narra a vida de Gautama inspirada no Templo Mahabodhi em Bodh-Gaya (Índia)





The Singu Min Bell




É o Sino Maha Tisadda Ghanta - o grande sino de 3 tons, com 42 toneladas e 20 kls de ouro doado em 1841 pelo rei Tharrawadaly








Vista da Stupa principal e a pagoda Shinsawpu




Que maravilha!!!!!


Antes de visitarmos a mais importante pagoda de Yangon tínhamos ido ver a Pagoda Sule, mais um centro religioso com a relíquia de um fio de cabelo de Buda.
Tb importante por ser o local onde os protestos políticos aconteceram, inclusive da Revolução do Açafrão em 2007.




Tb fomos ver a Botahtaung Pagoda localizada no centro de Yangon







Outro lugar interessante é o museu, que apesar de não ter muitas peças originais da época tem as maquetes dos impérios que tanto impressionaram os ocidentais, que a denominaram a cidade de ouro.
Realmente devia ser uma maravilha.
Mas como era toda construída em madeira entalhada folhada a ouro, não resistiu aos incêndios e ao tempo.

A tarde fomos ao mercado que é bem grande e dividido por setores. Tem bastante coisas de jade e pedras. Artesanatos feitos com madrepérola, tecidos, prata, ouro, fora a parte de utilitários e comida. Tem também os rubis e safiras da região! Vale a pena ver e comprar pois o preço é muito bom! Me arrependi muito de não ter trazido mais coisas...




O preço é razoável, e quem tiver paciência pode encontra coisas originais e interessantes.

Na parte de antiguidades há lojas fora do bazar, mas tem que saber onde ficam, pois não são abertas, normalmente ficam em casas normais.
Fomos numa que parecia um museu, com coisas maravilhosas, mas a maioria das peças eram grandes e difíceis de transportar. Uma pena pois o preço era ótimo.
Mas como sempre alguns mimos a gente sempre compra!!!

Se esta viagem a Myanmar só começou e já ficamos boqueabertos, imaginem o resto!!!!

Um comentário:

  1. Denise, tudo bom? Li no seu blog sobre o Myanmar, adorei!!!! Estou programando uma viagem para lá e queria te perguntar umas coisas... Você usou alguma agencia para organizar a viagem? Qual? Como conseguiu o contato da guia? Quanto tempo você ficou em cada uma das cidades? Super obrigada!!

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